Pastores

Neste mês que se inicia, algumas datas devem ser recordadas com especial atenção, uma vez que marcaram a vida da Igreja Católica e de todos os fiéis.

2 de abril de 2005: falecia o Papa João Paulo II. O polonês Karol Wojtyla depois de 27 anos de pontificado partira para a casa do Pai, deixando profundas marcas em todos os que por aqui ficaram. Modificou conceitos, mudou opiniões. Grande filósofo, falou do comunismo ao sindicalismo, da pobreza ao aborto; a tudo e a todos, ele dispensou uma profunda atenção, falando aos chefes de estado ou beijando crianças de pé no chão. Não foi a toa que ficou marcado com o título de ‘O Grande’. Não foi por acaso que em sua missa de exéquias todo o povo em um só coro bradava ‘Santo Súbito’. E neste mês lembramos os 3 anos de sua passagem para a vida eterna, não com tristeza, mas com a sensação de dever cumprido que o próprio Wojtyla quando em sua última frase disse: “Estou feliz, fiquem vocês também”.

Depois de sua morte, iniciava um novo período na Igreja. O colégio cardinalício se reuniria para a escolha de um novo pastor para todos os católicos. Alguns nomes até foram citados como favoritos para suceder o saudoso João de Deus, e no dia 19 de abril, o cardeal mais próximo de João Paulo II fora eleito em um rápido conclave: o conservador Cardeal Joseph Ratzinger, alemão, e então prefeito para a Doutrina da Fé. Para muitos uma surpresa, para outros, o que já era esperado. Agora a Igreja após 17 dias de sede vacante possuía um novo pastor. Surgiram boatos de que a Igreja estaria congelada em suas mãos, mas não foi preciso muito tempo para todos perceberem que seu coração era grande e fraterno.

Considerado o maior teólogo vivo, Bento XVI foi mostrando a todos que agora era necessário reafirmar verdades e retomar tradições que foram introduzidas por seu predecessor. Causou polêmica ao afirmar em sua Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis que o segundo casamento era uma ferida na sociedade e na família. Ao citar escritos de um Imperador Bizantino o qual dizia que Maomé levou a fé pela espada e pela guerra, causou protestos no Oriente Médio, sendo até ameaçado de morte. E não deixou de anunciar que a Igreja Católica Apostólica Romana é a única instituição deixada por Cristo.

Também trouxe a doutrina cristã aos dias atuais, declarando recentemente que a degradação do Ambiente, o uso de drogas, a manipulação genética e a desigualdade social caracterizam os ‘Pecados Sociais’. Ao visitar o Brasil, em maio de 2007, quebrou definitivamente o paradigma de teólogo frio. Abraçou crianças e ex-dependentes químicos, se encontrou e se encantou com os jovens, canonizou Frei Galvão e abençoou este povo e esta terra que tão calorosamente o recebeu.

Ao celebrarmos 3 anos de seu pontificado também nós voltaremos os olhos para Deus para pedir por sua vida e seu pontificado, que continuem sendo frutuosos e que ele prossiga com sabedoria guiando seu rebanho rumo aos Céus. Lembraremos os 3 anos de morte do Grande João Paulo II, os 3 anos de pontificado de Bento XVI, acreditando sempre na Providência Divina, pois já diziam as Sagradas Escrituras: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu Coração, os quais os apascentarão com inteligência e sabedoria”.

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