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Mostrando postagens de novembro, 2009

Rimando...

VERDADE SEJA DITA - Meu nobre, preciso confidenciar-lhe, Para que a verdade seja dita: Não há pior sensação. Que pousar a pena sobre o papel E o nada permanecer na mão. Há desejo, mas não há paixão, É o vazio prenunciando a frustração: Como a mulata que passa e nem te da bola, Ou a cantada que de tão usada não mais cola. Há desejo, mas não há emoção, É o imaginado sem imaginação: Como um Michelangelo sem seu cinzel, Não existiria Davi, faltaria o céu. Há desejo, mas não há sentido, É aquele passo acerca do abismo. Como o garçom sem nenhum pedido Ou o brejeiro sem seu cinismo. Somente desejar não é válido, O papel continuará sempre pálido. Não existe nem sequer o traço, Restando do tiro nem o estilhaço. E a prepotente senhora, a ré, Ri acomodada do homem refém. Como se fossemos de má fé, Fantoches articulados por ninguém. Merecia-a uma fina lição: Uma greve, uma paralisação. Deixássemos de seu auxílio utilizar Para ela sem ter o que fazer ficar. Perceberia o valor que possui então Entre