Sobre Dilma, Obama e... Lula!

Quero ele de novo

Dilma me deixa enfadado, patético, entediado. Ela está se mostrando tão sóbria por cima dos panos que fico sem ter o que criticá-la. E isso é tão ruim que me leva a aceitar o insólito fato de que sinto falta de Luiz Inácio. Ele era o presidente perfeito para um cronista imperfeito. O alvo ideal para um escritor idealizador.

Poderia eu buscar outro alvo. Talvez quem sabe grudar minha implicância crônica em Hussein Obama? O papelão que realizou aqui no Brasil citando Paulo Coelho (quem?) e dizendo que é simpático às aspirações da nação americana, do sul neste caso, poderia ser meu próximo tema.

Mas simpático mesmo era apenas seu sorriso e sua ágil subida ao púlpito. De resto, o seu passeio (mas não foi uma visita oficial de negócios?) recheado de embaixadinhas, capoeira e carnaval serviu para aumentar sua popularidade por aqui enquanto em sua terra, na pátria do Tio, ela está em franca baixa. Ele tem lábia, é robusto, demonstra vitalidade e jovialidade, mas ainda conserva, por motivos diversos, a característica mais popular do político: o não cumprimento das promessas.

Contudo, Obama ainda tem crédito na praça e somos nós, povos emergentes, fiadores. E vai continuar fazendo sucesso nos países subdesenvolvidos (porque abandonamos esse nome se ainda o somos?) por onde passa, pois ainda veremos nele o ícone da superação, símbolo da esperança, fundamentado na imagem bem construída sobre o dom carismático natural.

Hussein Obama sabe utilizar tão bem sua imagem e seu discurso afável (inclusive o truque de decorar algumas palavras da língua anfitriã) que fez todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro aplaudi-lo em pé, na entrada e na saída, como se fosse uma divindade, um herói valoroso no esplendor da vitória: o brasileiro e seu eterno complexo de inferioridade. O que fez Obama para merecer toda a honra e glória recebida? Simplesmente, nos bastidores do tour pela maravilhosa cidade, autorizou a intervenção de suas forças armadas, da qual é comandante-em-chefe, na Líbia, ainda que sem tropas por terra.

Certa vez disseram-me que eu só via o lado negativo de todas as pessoas. Por isso, seja melhor eu parar aqui e anunciar em bom tom: não sou Democrata, mas gosto da figura mítica construída por Obama. Não sou Republicano, porém penso que ele não é “o cara”.

Tão inflamado pela política internacional, já estava me esquecendo do tema inicial: nosso Brasil. Falar de Obama é muito bom (e ele está lá longe!), ainda que algumas vezes seja remar contra a maré. Pode até dar audiência e popularidade, mas ainda prefiro meu alvo corriqueiro que agora está de pijama e macias pantufas.

Dilma não é suficiente, e isso é um pesadelo. Contudo, prometo que ainda escreverei uma ode a Dilma. Mas, se Diogo Mainardi disse que Lula é sua anta, com muito mais respeito parafraseio-o, escrevendo que Lula é minha inspiração. Meus escritos políticos são ainda mais pobres sem ele no cenário nacional. Então, pelo meu próprio bem, vou desde já lançar a campanha. Pela minha boa vida: quero Lula de novo, pra delírio da fiel. Ainda que ele não tenha o encanto de Obama nem a prudência de Dilma.

Comentários

Anônimo disse…
Oopa,tô gostando...
Abraços e Saudades.
Xinho....
Biugo disse…
Quem diria Di, voce sentindo falta do molusco. Rs!
Parabéns pelo BLOG!
Silvana Mara S. Farias disse…
Edvaldo,
Tenho lido seu blog quando sobra algum tempo, seu texto sobre Dilma, Obama e Lula, me surpreenderam pela coragem de dizer coisas que muita gente não tem coragem e também pela coerência nas idéias; também estou com saudade do Lula...a foto que vc postou do Lula, me dizem que o homem tem algum sentimento, ao contrário da Dilma, que até agora, só vi chorar no dia da posse, ou seja, por motivos egoístas ou em proveito próprio.
Parabén
Silvana

Postagens mais visitadas deste blog

A glorificação da mediocridade

Ordenação Episcopal Dom Julio Endi Akamine, SAC

Entrevista exclusiva: Mons. Julio Endi Akamine, SAC