Ordenação Episcopal Dom Julio Endi Akamine, SAC


ORDENAÇÃO EPISCOPAL
DOM JULIO ENDI AKAMINE, SAC

Aconteceu na tarde do dia 09 de julho a Ordenação Episcopal do Mons. Julio Endi Akamine, SAC, por Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, na Catedral Metropolitana de São Paulo. Estiveram presentes bispos de diversas localidades, padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas. A Basílica ficou repleta de fieis, bem como de representantes de outras denominações religiosas. Também foi marcante a presença da comunidade Nipo-Brasileira, que prestigiou a ordenação do primeiro bispo descendente de japoneses.

A celebração foi marcada pela solenidade e lucidez próprias do eleito. Em sua mensagem, Dom Julio disse que o bispo deve distinguir-se não pelo título, mas pelo serviço, e repetindo seu lema episcopal, afirmou mais uma vez seu desejo de fazersempre o bem, convidando todo o povo a também realizá-lo.

Não passou despercebido de todos aqueles que acompanhavam este importante momento para a Igreja a menção que Dom Julio fez a um dos muitos conselhos recebidos por ele de sua mãe, a Sra. Teruko Oshiro Akamine: “Filho, quanto mais se sobe na árvore, mais fino é o tronco e mais forte são os ventos”.

Temos a certeza que o episcopado de Dom Julio será marcado pelo trabalho e pela simplicidade. Desde a manhã do dia 09 de junho quando chegamos à cidade de São Paulo para a celebração vimos o ordenado sempre solícito com as pessoas, fosse à recepção das excursões, ou nas refeições, e até mesmo na Casa Provincial dos Palotinos, quando ao engraxar seus sapatos, por exemplo.

Dom Julio Endi Akamine, SAC segue a partir de agora seus trabalhos na Região Episcopal Lapa. E com ele seguem nossos agradecimentos por todo o trabalho feito junto dos Palotinos e também nossas orações, pedindo ao Espírito Santo que o ilumine, que seja um solícito e santo pastor!

O Blog Diálogo Vivo alegrou-se na cobertura deste acontecimento, desde a nomeação pelo Papa Bento XVI até a sua ordenação por Dom Odilo Pedro Cardeal Scherer. Continuamos nesta caminhada, acompanhando seu episcopado e também contribuindo com o apostolado pela internet, para que Cristo reine.

BRASÃO EPISCOPAL DE D. JULIO

Descrição heráldica: escudo de blau (azul) com o símbolo da Cruz do Infinito de goles (vermelho), realçado de ouro, chefe de prata com uma roda de goles (vermelho) e brocante sobre a roda um pinheiro araucária arrancado de ouro, cortado de goles (vermelho) com um livro aberto em perspectiva em ponta e em chefe uma lamparina acesa, tudo de ouro. Sobre o escudo um chapéu prelatício com seus cordões, em cada lado, terminados por seis borlas na posição 1, 2 e 3, tudo de ninople (verde). Sob o conjunto, um listel deprata forrado de goles (vermelho) ostenta a divisa “BONUM FACIENTES INFATIGABILES” escrita em letras maiúsculas de sable (preto).Um brasão é como um cartão de visitas: apresenta a pessoa através de símbolos próprios da arte heráldica.

I. ADORNOS
Os adornos externos ao escudo são: o capelo verde (ou chapéu prelatício) com dois cordões de cada lado do escudo e, na ponta de cada um dos cordões, seis borlas. Por trás do escudo fica a cruz hastil. O chapéu prelatício, as cordas e as borlas são símbolos heráldicos clássicos usados por todos os clérigos e significam a sua condição de peregrinos. Nos tempos passados, quando as peregrinações à Terra Santa eram feitas prevalentemente a pé, o chapéu protegia o peregrino do sol escaldante e as cordas prendiam o chapéu à cabeça. Esses objetos do peregrino foram incorporados como símbolos heráldicos dos clérigos. Cada grau hierárquico é identificado por particularidades artísticas: no caso dos bispos, o chapéu, os cordões e as borlas são todos de cor verde; também a quantidade de borlas e suas posições são próprias dos bispos.

II - ESCUDO
O Escudo é o elemento mais importante do brasão episcopal. Tanto as cores quanto os desenhos têm seu significado heráldico próprio e foram inseridos para apresentar, de maneira direta e imediata, os traços característicos do dono do brasão e o que ele, pela graça de Deus, se tornou.

1. O Pinheiro sobreposto ao Círculo vermelho e o Fundo prata (branco)
A cor prata, na arte heráldica, significa pureza, eloquência e temperança. O vermelho é a cor do trabalho, da labuta e lembra o Sangue de Cristo. O Pinheiro, na heráldica, é símbolo da benignidade, cuidado e amparo. É sabido que o Pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) cresce em meio à floresta densa, sobressai sobre a vegetação e estende seus galhos e sua sombra sobre outras árvores. Como o pinheiro não nega a sua sombra, seus frutos e a sua proteção às outras plantas e animais da mata, assim o ministério episcopal deve ser marcado pela dedicação e pelo desvelo do próximo. Cuidando dos outros e amparando-os, o ministério episcopal busca a perfeição do Pai que faz nascer seu sol sobre bons e maus e chover sobre os justos e injustos (cf. Mt 5,45). A cor dourada do pinheiro significa que tudo deve ser feito com nobreza de sentimentos, com reta e boa intenção (cf. Mt 6, 1-4). O conjunto formado pelo Fundo branco (prata) e pelo Círculo vermelho faz alusão ao Japão, terra de origem dos avós de D. Julio. No Japão, eles tinham lido num panfleto: “No Brasil, há uma árvore com frutos de ouro. Basta estender a mão para colhê-los!”. Aqui, eles não encontraram a riqueza prometida. Encontram, porém, outra árvore: a árvore da cruz e da vida. O que D. Julio é hoje e o que ele é chamado a ser para a Arquidiocese de São Paulo, ele o deve aos cristãos que trouxeram seus avós para a fé.

2. A lamparina acesa e a Bíblia aberta
São símbolos do estudo e do ensino: a lamparina é símbolo da ciência e de quem busca o saber; e a Bíblia aberta, na heráldica, significa erudição e ensino. O conjunto desta partição, em fundo vermelho, representa as atividades em que Dom Julio mais se dedicou e também a missão principal do Bispo que é a pregação da Palavra de Deus. Os símbolos indicam que há uma sagrada circularidade entre o que o Bispo é com os cristãos e o encargo que ele tem frente a eles. “Cada Bispo deve poder repetir como Santo Agostinho: ‘Se se considerar o lugar que ocupamos, somos mestres; mas, pensando no único Mestre, somos condiscípulos vossos na mesma escola’ (...). Aquilo que ouviu e recebeu do coração da Igreja, cada Bispo devolve-o aos seus irmãos, de quem deve cuidar como o Bom Pastor” (Pastores Gregis, 28; 29).

3. Cruz do Infinito em fundo azul
A cor azul significa a justiça e o zelo. Como cor própria dos palotinos, significa também o zelo pela salvação da humanidade e pela propagação da fé. A Cruz do Infinito, em vermelho (sangue de Cristo) e realçado pelo dourado (nobreza), é formada por dois símbolos matemáticos do infinito: “∞” e “8” (infinito em posição vertical). Esse símbolo foi muito usado por S. Vicente Pallotti em suas anotações espirituais para exprimir os dois polos de seu mundo espiritual: Deus Amor Infinito e o seu anelo insaciável de glorificar Deus. Esses dois polos estão separados ontologicamente e, ao mesmo tempo, unidos pela Misericórdia de Deus. Ao enviar o Filho, que se encarnou, e ao derramar o Espírito em nossos corações, Deus transpõe o abismo ontológico que nos separa dele.
A transcendência de Deus se torna proximidade e imanência. Com o dom do Espírito, que clama em nós “Abbá”, somos configurados a Cristo e podemos corresponder à graça de Deus. Por isso o símbolo do infinito em posição vertical indica tanto o movimento descendente da graça de Deus e quanto o ascendente da glorificação dos cristãos. Infinito é Deus, e somente Ele. Mas, ao menos, carregamos dentro de nós algo que é ilimitado por natureza: o desejo. S. Vicente Pallotti suspirou: “Ah, se me fosse concedido amar infinitamente Deus”. Ele tinha consciência de sua finitude ontológica, mas ardia do desejo de corresponder infinitamente a Deus. O símbolo da cruz formado com os dois infinitos é a “invenção” de um Santo que experimentou e viveu intensamente o Amor Infinito-Deus.

III – LISTEL E LEMA
O listel (fita em que se escreve a divisa) contém o lema episcopal: Bonum facientes infatigabiles. Partindo do fato de ser nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo, D. Julio procurou, nas cartas de Paulo, uma frase que pudesse guiá-lo no serviço episcopal. Encontrou, na Carta aos Gálatas, a exortação: “não desanimemos de fazer o bem” (6,9). Para Deus, nenhuma iniciativa de bem, nenhum ato de bondade e de solidariedade é em vão. Deus recolhe, em sua misericórdia e amor, todos os nossos sorrisos e nenhuma lágrima, que cai de nossa face, lhe escapa. O Pai vê e reconhece o bem que realizamos por causa de Cristo e em seu nome. O bem que fazemos, mesmo que não seja reconhecido pelos outros, está destinado à glorificação da ressurreição.

FOTOS DA CELEBRAÇÃO (clique para ampliá-las)


Você pode assistir toda a Ordenação Episcopal por aqui:

Dom Julio concedeu uma entrevista exclusiva, logo após sua nomeação, para o Blog Diálogo Vivo, no dia 21 de maio. Você pode ler por aqui: ENTREVISTA

Muitas pessoas perguntaram o que significam as letras "SAC" após o nome de D. Julio: SAC é a sigla de Sociedade do Apostolado Católico, uma Sociedade de Vida Apostólica, fundada por São Vicente Pallotti, constituída por padres e irmãos. Dom Julio fez sua consagração a Deus na Sociedade do Apostolado Católico, por isso é chamado Palotino e possui esta sigla ao final de seu nome, como todos os consagrados palotinos.

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