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Olhos da coragem

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“Quando perdi a visão, Werner – continuou ela – as pessoas disseram que eu era corajosa. Quando meu pai foi embora, as pessoas disseram que eu era corajosa. Mas não era coragem; eu não tinha escolha. Acordo todos os dias e vivo minha vida. Você não faz a mesma coisa?” (p. 468) Se Liesel Meminger me ensinou a notar as cores, e sua precedência sobre tudo, Marie-Laure Leblanc me tomou pela mão fazendo-me perceber o perfume de tudo o que tem cor, inclusive o cheiro da escuridão. Por duas crianças, unidas pela mesma guerra, aprendi a sensibilidade do tênue ligame entre vida e morte, sorriso e lágrima. Depois de imerso no mundo protagonizado pela ceifadora senhora morte através de páginas tão delicadas e despretensiosas, volto à realidade com uma certeza: o homem precisa ir além daquilo que vê, precisa amar! Antes de tudo, “Toda luz que não podemos ver” é um livro leve, mesmo carregando órfãos, nazistas, bombas e sangue. Mas também leva consigo uma sardentinha perspicaz, curiosa e so