Tremenda incompatibilidade


Quando Jesus falou sobre a verdade, disse que para conhecê-la era preciso permanecer nele, justamente porque ele é a própria Verdade, a realidade plena da graça do Pai e do seu plano de salvação para todos. A mentira, por outro lado, tem seu pai, o diabo, que leva à divisão e à perdição.
O mundo vive constantemente nesta tensão, entre Verdade e mentira, não como que em um cabo de guerra, mas em uma invisível disseminação de erros, cujas consequências são bem visíveis, e a distribuição de justas medidas – o bálsamo da Verdade – para se remediar as feridas causadas pela mentira.
Hoje é possível detectar certa confusão na consciência de alguns cristãos que se deixam levar por certas correntes que não são coerentes com a fé professada. Uma delas é o casamento entre cristianismo e socialismo. Esta união tem causado um estrago pernicioso na sociedade e tem se alastrado sorrateiramente, levando tantos a acreditarem que a mentira é a Verdade.
Antes de tudo, é necessário compreender que o socialismo não está morto e que matou mais de 100 milhões de pessoas desde o século XX, espalhando o que há de pior: guerras, fome, miséria, terror. Seu modelo ideológico, que compreende um esquema de ver o mundo político, social, histórico, moral e econômico, tem como ideal a eliminação das diferenças econômicas através de um poder político.
Pregando o materialismo dialético, que se expressa pela luta de classes, tudo vai se reduzindo a uma questão econômica: a produtividade é valor e a fé em Deus Criador é inútil e alienante, a qual deve ser suprimida. A história é vista como um processo no qual se dá o conflito entre um opressor e um oprimido, produzindo um resultado que gerará outro conflito revolucionário. O cristianismo, por sua vez, não tolera a luta como meio para se transformar a sociedade; ao contrário, ensina o caminho do diálogo e da conversão.
Mas a incompatibilidade entre cristianismo e socialismo vai além.  O socialismo é contrário à propriedade privada, desejando a sua total supressão ou sua sensível diminuição; já a Igreja a defende como direito natural do homem. O socialismo considera cada homem um simples elemento no organismo social, fazendo com que o bem do indivíduo esteja condicionado à estrutura econômico-social. O homem é reduzido a um ser de relações sociais, e não mais uma pessoa como sujeito autônomo de decisões. E se não pode mais por se decidir, falta-lhe a liberdade e a possibilidade de ganhar, por sua inciativa, seu sustento, acabando por depender daqueles que o controlam na máquina social, diluindo sua dignidade na autoridade do estado. Assim, não é possível construir uma verdadeira comunidade humana, mas sim uma ditadura tirana, como visto na China, na URSS, no Camboja, no Vietnam, etc. E como tentam implantar no Brasil, basta conhecer o pensamento de tantos líderes políticos.
Está na hora de nós, cristãos, tirarmos das bibliotecas e trazermos aos olhos as encíclicas e documentos eclesiais sobre a questão social e o posicionamento da Igreja sobre o socialismo, sobretudo de Leão XIII - em 1878, considerou o socialismo uma “detestável seita” – e de Pio XI - em 1937, afirmou que o socialismo é intrinsecamente mau.
Para que a história não se repita, é preciso esclarecer, para quem deseja viver sua fé, que o socialismo é uma destruidora mentira. É imperativo escolher, ser cristão ou ser socialista. Atentemo-nos: a mentira jamais será ajustada com a Verdade. Tremenda incompatibilidade!

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